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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Arquétipos


Certo dia, conversando com um amigo, ele me disse para pesquisar sobre arquétipos. Esse é um termo que já ecoava na minha mente há algum tempo, mas que eu não havia dado atenção total, até este momento onde pesquiso e escrevo sobre o tema proposto.

Afinal, o que é arquétipo?

O conceito de arquétipos, do jeito que conhecemos hoje, surgiu em 1919 com o suíço Carl Gustav Jung, discípulo de Freud. Segundo ele, os arquétipos são conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo.

Os arquétipos da Morte, do Herói e do Fora de Lei são exemplos de algumas figuras que todos nós temos no imaginário desde criança. Independente de onde fomos criados, do país que vivemos e das nossas religiões e crenças, essas imagens são muito parecidas para todos.

É por isso que os arquétipos estão presentes nos mitos, lendas e contos de fadas. São eles que dão o verdadeiro significado para as estórias que passamos de geração em geração. Afinal de contas, as pessoas criam estas estórias para externar o que existe no inconsciente. Hoje os arquétipos podem ser encontrados nos filmes, na publicidade e em quase tudo que está ao nosso redor.

Os arquétipos nos ajudam a satisfazer algumas de nossas principais necessidades, como a necessidade de realização, pertença, independência e estabilidade.

Até mesmo quando consumimos produtos e serviços, somos influênciados pelos arquétipos. Uma cerveja, por exemplo, além de “matar a sede”, também pode satisfazer a necessidade de pertencer a um grupo, já que,  para muitas das pessoas, o simples fato de sair para beber cerveja significa estar com os amigos, familiares ou colegas de trabalho. Portanto, nesse caso, a marca de cerveja que souber usar o arquétipo certo, vai conseguir transmitir essa mensagem muito melhor.

Existem muitos arquétipos, mas vou compartilhar doze que me fizeram refletir. Estes, foram definidos por Margaret Mark e Carol Pearson no livro “O Herói e o Fora-da-Lei”. Os 12 arquétipos podem ser divididos em quatro grupos, de acordo com os quatro principais impulsos humanos. São eles:

  1. Mestria/Risco: Quando queremos fazer algo notável e ser lembrado para sempre e quando lutamos pelos nossos sonhos. Mesmo que para isso seja preciso quebrar regrar e superar desafios (arquétipos do Herói, Fora-da-Lei e Mago)
  2. Independência/Auto realização: Quando há um desejo de ficar só, refletir, decidir e conhecer o verdadeiro Eu (arquétipos do Inocente, Explorador e Sábio).
  3. Pertença/Grupo: Ajuda quando a pessoa sente profunda necessidade de pertencer a um grupo (arquétipos do Bobo da Corte, Cara Comum e Amante).
  4. Estabilidade/Controle: Quando queremos ter um certo controle das coisas, um poder nas mãos (arquétipos do Criador, Prestativo e Governante).
Eu consegui me identificar em todos os grupos, afinal eles são os principais impulsos dos humanos. E pensando sobre isso, é preciso trazer este entendimento para nossas vidas, para que possamos viver melhor. Descrevi um pouco do que eu extraí dessa pesquisa:

  1. Na vida, tentamos muito isso. Provar muito para os outros. Sendo que na verdade, não deveríamos pensar assim ou agir assim. Deveríamos apenas nos lembrar de quem somos, de qual é a nossa verdade e viver com isso, mesmo que os aplausos nunca venham.
  2. Esse tópico é muito importante, mas acredito que isso não deve ser mais importante do que a interação com as demais pessoas. Falo por experiência própria. Na maior parte das vezes, perdemos tempo nos dedicando a uma única pessoa, a qual deveria ser a si mesmo. Porque se assim não o fizer, ninguém fará por você. Mas acredito que o auto conhecimento pode ser melhor adquirido na vida social, do que nas redes sociais.
  3. Quem não se sente assim? Muitas vezes sozinhos, a nossa família se torna aqueles que nos tem sem nenhuma cobrança. Mas esta questão vai muito mais além, pertencer a um grupo é de grande importância para que possamos nos sentir importantes.
  4. Essa síndrome de querermos ser Deus, nos torna controladores, ditadores da verdade absoluta. Estabilidade e controle, só vem com a construção de uma base sólida de bons relacionamentos, onde um conhece e respeita o limite do outro.
Essa pesquisa não poderia ter sido feita em tempo mais oportuno. Hoje, enquanto muitos ainda se divertem no carnaval, preferi o silêncio e a reflexão.


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